quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fazer a diferença

Era uma vez um jovem que sempre ia à praia aos finais de tarde jogar ao mar as estrelas que a maré trazia. Eram milhares, um verdadeiro tapete de estrelas. Em um final de tarde, um senhor tido como sábio na região resolveu falar com o jovem e saber o porquê daquela atitude. O jovem educadamente respondeu, dizendo que se ele não jogasse as estrelinhas no mar elas secariam e morreriam. O senhor riu e o chamou de tolo, afinal, eram milhares de estrelas e ele não faria a diferença. O jovem se abaixou e lentamente jogou a estrela de volta ao mar dizendo: - Fiz a diferença para aquela ali.

Quando a ideia do projeto “metamorfose social” foi apresentada, conclui que se havia um projeto a ser realizado por mim em 2011, seria este. Houve a seleção e em seguida o processo de apresentação do projeto e busca por escolas. A ansiedade e euforia de ir a prática se faziam presente em cada reunião com os coordenadores e só me estimulava a querer estar presente e ajudar a construir.

Enfim, saímos da teoria e fomos à busca da concretização do projeto. Confesso que já tinha algo arquitetado de como seria a realidade das escolas e das crianças. Mas esse é o engano de iniciantes em extensão; não devemos ir com um conceito pronto, afinal, vamos nos moldando de acordo com aquilo que vivenciamos. Outro “erro” é achar que a solução para os problemas está ao alcance de nossas mãos e que vamos resolver tudo para todos. Infelizmente não dá.

É certo que as crianças, participantes do projeto, são poucas se levarmos em conta o número de escolas e crianças existentes em Alagoas, porém, cada criança que estamos trabalhando é como uma estrela do mar da história. Seria muita prepotência afirmar que o metamorfose irá mudar a realidade daquele bairro. Esse nunca foi o propósito específico do projeto. Mas certamente faremos diferença, por menor que seja, na vida daquelas crianças.

Nosso grupo está movido pelo sentimento inconfundível de tentar ajudar e aprender com as diferenças. O que é melhor para entender a realidade do que sair da zona de conforto? É isso que buscamos, é assim que enxergo o Metamorfose Social. Uma mão dupla de troca de informações e aprendizado, no qual não haverá perdas, todos se beneficiarão com tal experiência.

O contato que tivemos com as crianças foi pouco, mas pude perceber o brilho em seus olhos. Brilho este que às vezes se confundia com curiosidade, medo, esperança e entusiasmo. Era um misto de sentimentos, todos compactados em olhares inocentes, que vez ou outra vinham com um sorriso. Dificuldades existem em toda parte, o que está em questão é a forma que a encaramos e o que fazemos para resolve-los. Existem milhares de estrelas do mar a deriva esperando que alguém ache que pode fazer a diferença e de fato, faça. Vejo no Metamorfose social uma forma de devolver as estrelas a seu lar.

Por Mayara Wasty
Escola Municipal Elma Marques Curti

Nenhum comentário: