sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pingos de Suor

Pingos de suor molhavam a terra em que caminhava um jovem garoto de 12 anos rumo ao ponto de ônibus. Os seus passos deixavam marcas na área que o fazia lembrar-se do tempo em que jogava bola com os amigos todos os dias num campinho próximo de casa. Tão cedo para considerar isto antigo, ao lembrar de tais momentos , o mesmo suor no rosto parecia mais leve, ele não pesava. O caminho que o líquido percorria suas feições mais redondas gerava um sorriso diferente do que tem hoje. As dificuldades de uma vida sofrida, sem luxo, o fizeram criar expressões bastante notórias. O ar que muitas vezes lhe parece faltar, se repete dentro de um transporte público. O tipo de sociedade exploradora é sentida por todos, só não é esclarecida sua parte podre. Dividir o ar com várias pessoas em um espaço pequeno, onde deveria sobrar cadeiras torna-se algo comum. A busca por uma identidade, qualidade de vida é o que faz muitas pessoas se submeterem a trabalhos escravos, é este o futuro de milhões de jovens que disputam uma vaga em ônibus lotado para ir a uma escola precarizada. Deve ser assim? O ar continua a faltar quando milhões de estudantes mais uma vez enfrentam um coletivo entupido de pessoas apenas para se alimentar com a merenda escolar. A falta de ar continua a sufocar quando a verba deste direito é desviada e nem isso preenche o vazio que ultrapassa o buraco negro em suas barrigas. O que fazer? Pode-se respirar profundamente e soltar o ar em forma de voz ativa, aquela que grita e reivindica, aquela que vai tão alto, que faz o menino correr e suar em busca de seus direitos. Seu suor, agora, exprime força. Quando acorda pela manhã e mais uma vez sente o suor em seu rosto ao caminhar para o ponto de ônibus, as lembranças o fazem sorrir com mais energia. O futebol de outros tempos se reveste em uma partida da vida e seus adversários combatidos com a bola da organização. O jovem é capaz de chutá-la com muita força e ela pode ser agarrada por milhões de pessoas que buscam deixar no rastro de sua vida, pingos de suor de dignidade e igualdade com todos. O time que pode ser fortalecido com o técnico educação tem como um de seus objetivos treinar cidadãos. Serão vozes em busca de conscientização, vidas em busca de harmonia, direitos em busca de mais garantias, amor em busca de mais corações, cultura em busca de valorização, rastros de suor de projetos em busca de uma metamorfose social.
Por Elaine Gonzaga
Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Agora sentimos uma grande Satisfação

Sabe aquele sentimento grande que invade o peito, quando vemos crianças alegres, empolgados, que não param sentados, que não param a boca? rs, pois é!

Na Escola Aquilina Bulhões a realidade é essa! Sexta passada, fomos explicar a técnica do Stop Motion, as crianças paralisavam vendo os filmes que apresentamos. Logo após elas colocaram em papel que tipo de desenho eles gostariam de ver no filme deles, e o resultado foi impressionante, de como as crianças fixaram cada personagem que apresentamos da técnica.

Ficou marcado então que na próxima sexta (07) iremos continuar a desenvolver as estórias com eles, elaborando diálogos e planos a serem trabalhando com a câmera. Iremos também fazer a escolha dos bonecos para fazer os personagens, e construir os cenários. Resumindo, iremos colocar a técnica em prática! Convidamos as outras equipes que queiram observar essa oficina, e garantimos que será empolgante! Já compramos todo material para trabalho, usaremos tinta, bonecos, papel e tesoura (sem ponta)! Foram tiradas fotos da nossa última atividade, postaremos na próxima vez. Ah, e não esquecendo... Estamos bastante empolgados com esse contato que estamos tendo com as crianças. Nem dar pra explicar como é grato ver elas felizes quando chegamos em sala de aula. O projeto esta ganhando sentimento, além das regras e obrigações.

Até a próxima, galera! E não esqueçam que dia 7 de outubro teremos uma nova história pra contar!

Por Laylla Brandão
Escola Estadual Aquilina Bulhões 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mais uma etapa...

Estamos em mais uma etapa do projeto e a Extensão tem se mostrado cada vez mais encantadora para nós. Estamos felizes por tudo o que vem acontecendo. Toda a preparação foi fundamental e cada encontro que está para acontecer nos deixa mais ansiosas. A Extensão modifica mesmo. Só conhecendo e se entregando para saber.

Amanhã (30/09/11) iremos visitar novamente a Escola Francisco de Melo. Estamos ansiosas para botar em prática as atividades que planejamos para os “pequenos”. Teremos uma conversa mais séria com eles, onde falaremos o que fazemos e o que já aprendemos na UFAL. Abordaremos de forma simples e clara a cerca dos meios de comunicação (rádio, jornal impresso, TV e fotografia) e esperamos que através dessa conversa os alunos se despertem para um desses veículos.

Além desses meios de comunicação será abordado também sobre o jornal mural, para que serve, como fazê-lo. Após isso, pediremos para que os “pequenos” se dividam em grupos e cada grupo ficará com uma editoria, como: alimentação, esporte, moda, vida escolar, entre outros. Tudo será feito de forma bem dinâmica para que eles não fiquem desestimulados. E eles terão que criar um nome para o jornal.

No final dessa etapa, eles apresentarão o editorial e ganharam prêmios simbólicos pela participação.

Esperamos que essa atividade seja bem divertida para eles e que desperte aptidões dos mesmos.
Pensamento do dia: A forma de transmitir uma mensagem é uma ferramenta de comunicação e cabe à escola ensinar a usá-la.
Por Bruna Albuquerque
Escola Municipal Francisco de Melo

Garotas querem ser mulheres

Meninas entre 11 e 16 anos iniciam cada vez mais cedo no mundo das vaidades e deixam as brincadeiras da meninice para trás, crescendo a cada dia o número delas nas clínicas de estética, seja para uma simples limpeza de pele ou até mesmo correções cirúrgicas. Elas evoluem à frente de seu tempo e mostram que, como já foi confirmado, as mulheres amadurecem primeiro que os homens. O que antes era comum, hoje é raro vê-las em lojas ou shoppings na procura por adoráveis pelúcias e bonecas, todas se encontram no mesmo setor, os cosméticos.

E no meio de tanta correria em busca da beleza, muitas delas são confundidas com meninas bem mais velhas, já que o conjunto de maquiagens, roupas, saltos, acessórios e a articulação ao falar, as transmitem para o restante da sociedade como adultas, verdadeiras Barbies fabricadas, sem deixar de citar que muitas delas nem sequer tiveram a primeira menarca (menstruação). Muitas ainda se mostram maduras para qualquer situação ao fazer o uso de álcool, drogas e iniciam a vida sexual bem cedo, mesmo sem saber lidar com esses três artefatos da vida, para se mostrarem “por dentro”, “antenadas”.

“Cuidar da saúde e beleza é natural de toda mulher, mas, alerto os pais para que essas meninas não venham a ficar deslumbradas, alienadas pela ditadura da beleza, o que não vem a ser saudável, fazendo com que vivam uma fase que quem se encarregaria de trazer seria o tempo, a maturidade de cada ano”, afirma a psicóloga Aline Montenegro, que trabalha com pré-adolescentes e adolescentes entre 17 e 19 anos, e também trata de casos como álcool e drogas. A psicóloga também relata que, com algumas de suas pacientes, tenta esclarecer que tudo virá na sua hora, no tempo exato, mas, para quem é jovem, não há tempo nem limites, cabe a família e professores, orientá-las e mostrar a elas que a beleza se inicia com a beleza interior e com a que está nos olhos de quem a vê.

Por Emanuele Santos do Amor Divino
Escola Municipal Selma Bandeira

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Fique por dentro...

Nossos encontros com as crianças estão cada vez mais superando nossas expectativas. Pudemos, através de dinâmicas e a aplicação de algumas atividades sentir um pouco de toda empolgação e dinamismo por parte deles. No dia 20 de setembro o nosso encontro ocorreu em um clima de total contentamento e cada um deles presente participou do seu jeitinho, uns mais empolgados e outros mais tímidos.

Após a brincadeira, que por sinal tem um tom bastante sério, trabalhamos um pouco do que estar por trás da produção de um vídeo documentário ou de um programa de rádio. Exibimos um curta metragem com uma mensagem bem legal, a importância da leitura, e instigamos um pouco o lado mais criativo dos alunos com a criação de uma tirinha de revistas em quadrinho.

Saímos desse encontro com a noção de quais são os alunos que se interessaram no projeto e pudemos sentir, de início, um grande interesse por parte destes. Nossos planos consistem em começarmos a trabalhar com as crianças de forma mais direcionada, e instigá-los a pensar em temas de seu interesse, fazendo um mix com aqueles temas que nós consideramos primordiais.

O que virá depois? Não sei ao certo, mas tenho certeza que com todo o entusiasmo por parte da equipe, mais a energia de toda criançada o resultado será surpreendente.

Att,

Equipe da Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fazer a diferença

Era uma vez um jovem que sempre ia à praia aos finais de tarde jogar ao mar as estrelas que a maré trazia. Eram milhares, um verdadeiro tapete de estrelas. Em um final de tarde, um senhor tido como sábio na região resolveu falar com o jovem e saber o porquê daquela atitude. O jovem educadamente respondeu, dizendo que se ele não jogasse as estrelinhas no mar elas secariam e morreriam. O senhor riu e o chamou de tolo, afinal, eram milhares de estrelas e ele não faria a diferença. O jovem se abaixou e lentamente jogou a estrela de volta ao mar dizendo: - Fiz a diferença para aquela ali.

Quando a ideia do projeto “metamorfose social” foi apresentada, conclui que se havia um projeto a ser realizado por mim em 2011, seria este. Houve a seleção e em seguida o processo de apresentação do projeto e busca por escolas. A ansiedade e euforia de ir a prática se faziam presente em cada reunião com os coordenadores e só me estimulava a querer estar presente e ajudar a construir.

Enfim, saímos da teoria e fomos à busca da concretização do projeto. Confesso que já tinha algo arquitetado de como seria a realidade das escolas e das crianças. Mas esse é o engano de iniciantes em extensão; não devemos ir com um conceito pronto, afinal, vamos nos moldando de acordo com aquilo que vivenciamos. Outro “erro” é achar que a solução para os problemas está ao alcance de nossas mãos e que vamos resolver tudo para todos. Infelizmente não dá.

É certo que as crianças, participantes do projeto, são poucas se levarmos em conta o número de escolas e crianças existentes em Alagoas, porém, cada criança que estamos trabalhando é como uma estrela do mar da história. Seria muita prepotência afirmar que o metamorfose irá mudar a realidade daquele bairro. Esse nunca foi o propósito específico do projeto. Mas certamente faremos diferença, por menor que seja, na vida daquelas crianças.

Nosso grupo está movido pelo sentimento inconfundível de tentar ajudar e aprender com as diferenças. O que é melhor para entender a realidade do que sair da zona de conforto? É isso que buscamos, é assim que enxergo o Metamorfose Social. Uma mão dupla de troca de informações e aprendizado, no qual não haverá perdas, todos se beneficiarão com tal experiência.

O contato que tivemos com as crianças foi pouco, mas pude perceber o brilho em seus olhos. Brilho este que às vezes se confundia com curiosidade, medo, esperança e entusiasmo. Era um misto de sentimentos, todos compactados em olhares inocentes, que vez ou outra vinham com um sorriso. Dificuldades existem em toda parte, o que está em questão é a forma que a encaramos e o que fazemos para resolve-los. Existem milhares de estrelas do mar a deriva esperando que alguém ache que pode fazer a diferença e de fato, faça. Vejo no Metamorfose social uma forma de devolver as estrelas a seu lar.

Por Mayara Wasty
Escola Municipal Elma Marques Curti

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vamos dar mais um bom passo!

Brincando de fazer filme

Com o intuito de habituar os alunos à técnica cinematográfica e narrativa, junto ao desenvolvimento de habilidades criativas, nós começaremos essa semana uma oficina de Stop – Motion com os alunos do 4º ano da Escola Estadual Aquilina Bulhões Barros.

Stop – Motion

Stop Motion (que poderia ser traduzido como “movimento parado”) é uma técnica que utiliza a disposição seqüencial de fotografias diferentes de um mesmo objeto para simular o seu movimento. Estas fotografias são chamadas de quadros e normalmente são tiradas de um mesmo ponto, com o objeto sofrendo uma leve mudança de lugar.

Cientificamente falando, o Stop Motion só é compreendido como movimentação pelo fenômeno da Persistência Retiniana. Ele provoca a ilusão no cérebro humano de que algo se move continuamente quando existem mais de 12 quadros por segundo. Na verdade, o movimento desta técnica cinematográfica nada mais é que uma ilusão de ótica.

A oficina

Até meados de outubro, nós reuniremos semanalmente com os alunos com o objetivo de produzir pequenos filmes em Stop – Motion. No nosso primeiro encontro, que será na sexta-feira (23), vamos explicar as crianças o que é Stop – Motion, mostrar exemplos de filmes com a técnica – dos mais simples até os de orçamentos milionários e pedir deles que desenhem estórias que gostaria de contar. Na semana seguinte continuamos a desenvolver as estórias, elaborando diálogos e planos a serem trabalhando com a câmera.

Ao final do processo teremos cerca de quatro curtas estórias feitas de artesanalmente usando brinquedos, tintas, colagem e material reciclado. Todas serão exibidas para a turma no dia 21 de Outubro.

Por Mayra Costa
Escola Estadual Aquilina Bulhões

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Português nosso de cada dia


A Língua Portuguesa é tida como um dos idiomas mais difíceis de aprender tanto na língua falada quanto na escrita se comparado aos demais idiomas. Isso ocorre, porque, há diversas variações sufixais, sobretudo, na conjugação de verbos que geram dúvidas dificultando o aprendizado do usuário. Nascemos e nos criamos ouvindo a língua todos os dias. Então, por que há ainda tantas dificuldades no aprendizado do Português?

Um dos fatores que coloca a nossa língua, o Português, nessa posição é o péssimo ensino público no país. Crianças e adolescentes concluem o ensino médio sem ao menos saber ler e/ou escrever. Um exemplo da precariedade da educação básica no Brasil é o ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – que em 2009 teve, apenas, a aprovação de 2 (duas) escolas públicas no grupo de 20 melhores instituições particulares e públicas; já ano passado, no grupo de 100 melhores, somente, 13 escolas da rede pública, segundo o Portal G1.globo.com. Sem falar na falta de estrutura das escolas, inexistência de material pedagógico, salas lotadas, prédios sem conservação, péssima renumeração do quadro de funcionários e despreparo dos mesmos,etc. 

Outro fator é a internet, nesse caso crucial, que influencia globalmente cada vez mais o modo como as pessoas se comunicam entre si, seja por meio das máquinas ou não. O vocábulo "Você" passou a ser escrito como "vooc", "vc", "cê" e até "vs". Com isso, criaram-se neologismos a cerca de "VOCÊ" para que a comunicação, mediada pelas máquinas, ocorre-se em um curto tempo, visto que, leva-se mais tempo e diminui-se a dificuldade de escrita da palavra quando modificada, adaptada ao mundo da "net".

Em contrapartida, no mundo virtual ainda, as Redes Sociais oferecem a sua geração uma gama de entretenimento e lazer, ao contrário de gerações passadas que se divertiam com brincadeiras simples de rua que estimulam o aprendizado e a socialização de quem participa. Cada vez mais precocemente crianças e jovens criam perfis nas redes (Facebook, Orkut… etc.), falsificando sua verdadeira idade e publicando imagens expondo sua privacidade. Isso abre portas para diversas situações de risco, como o aliciamento desses usuários. Se para os adultos é difícil separar o mundo virtual do real, imagine para as crianças e jovens. 

Não podemos deixar de ressaltar que alguns programas de softwares, como por exemplo, o Word - processador de textos – que disponibiliza corretores automáticos que, em primeiro plano, dispensam que o usuário saiba a grafia da língua. 

O hábito da leitura

Uma das possíveis soluções para esta problemática seria o incentivo à leitura por parte dos nossos governantes. Implantação e manutenção de bibliotecas na rede pública com o auxílio dos professores e demais funcionários da instituição é um ponto importantíssimo nessa situação é uma alternativa. No primeiro semestre do ano passado foi sancionada uma lei que obriga escolas do sistema educacional, da rede pública e particular, a instalar bibliotecas com acervos de livros, documentos e materiais videográficos no prazo máximo de 10 anos. Resta saber se de fato isso acontecerá. Que venha o Progresso junto à Ordem.

Por Emanuele Santos Amor Divino e Viviane Araújo
Escola Municipal Selma Bandeira

As cores impressas em pequenos olhos

E então eu me pergunto se teria como não gostar, não se encantar...

Tanto carinho, afeto e carência só poderiam refletir em mais carinho, afeto e sorrisos.

Naquele momento, eu vi meus pré-conceitos serem desestruturados e minha vontade de querer ver mudança crescer. Eu vi mãos, braços, vozes e corações em mim. Eu vi tanta coisa...

Gostaria de deixar gravado, de alguma maneira, o turbilhão de sentimentos e emoções que me invadiram quando tive o primeiro contato com as crianças da Escola Municipal Francisco de Melo. No começo a timidez é normal, mas eu não poderia me intimidar. Eu precisava conhecer. Só que no andar da carruagem, eu preferi “desarmar”. Eu optei por eles me conquistarem e vice-versa. Eu optei por ser eu e os deixar serem eles. A troca deu certo. E o resultado foi um momento inesquecível para mim.

Saber, previamente, de todos os problemas que fazem, de uma forma mais aguda, parte do cotidiano deles foi bom e ruim. Bom, pois sabemos onde será nosso foco, o que queremos mostrar e o que pretendemos atingir. Ruim, pois criamos barreiras. De uma forma que não exige querer, apenas pré-disposição. E de acordo com a cruel realidade que vemos nas comunidades, pré-disposição é o que não falta.

Triste é saber que por trás de maquiagens exageradas, unhas pintadas, palavrões, mini-saias, danças, jeitos e trejeitos que têm como legenda a palavra sexo, existem crianças. Sim, crianças mesmo. Crianças que gostam de brincar de boneca (o), carrinho, amarelinha e tantas outras brincadeiras que foram cortadas cedo pelas brigas recheadas de falta de respeito mútuo dos pais, pelas fortes palmadas que receberam, também da vida, pelo tráfico que nunca se intimida, nem sob os pequenos olhos, pelo sexo explícito.

Talvez para você, leitor, não seja chocante ver uma menina de 12 anos fazendo balãozinho com camisinha ou ver um menino de 13 anos falar obscenidades, uma criança com corte no pé e enrolado em um pano sem a mínima condição de higiene ou uma outra sem sandália, indo à escola descalça. Para mim é muito mais por ter visto e vivenciado que essas crianças têm sonhos...

Sonhos que não cabem em seus respectivos peitos. Sonhos que transpõem os muros, barreiras e preconceitos que cercam a comunidade. Sonhos que são refletidos nas cores dos pequenos e lindos olhos. Sonhos coloridos, alegres e diversos.

Mas esses sonhos parecem tão distantes.

E por querer que essa chama continue viva dentro deles, que a esperança não esmoreça é que eu continuo nessa caminhada. A extensão me proporcionou ver um mundo que, até então, não cabia no meu umbigo. Permitiu-me sonhar também. Sonhar com um mundo melhor e com menos desigualdade social. É difícil, eu sei. Mas enquanto houver esperança em algum deles, haverá em mim. E assim a gente vai levando a vida. Assim, vamos caminhando e torcendo.

Assim, vamos buscando, lutando e metamorfoseando. Por mim, por você e por eles.

Por Itamara de Almeida
Escola Municipal Francisco de Melo

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Experimente!

O trabalho de extensão tem sido para nós uma experiência rica e contagiante. Durante esses seis meses nós experimentamos algo totalmente novo, o ir até as comunidades e se propor a trabalhar tudo que nos foi ensinado nos faz perceber a importância dessa ligação entre academia e sociedade.

A extensão irá trabalhar com a sociedade dentro da pesquisa, pôr em prática tudo que foi aprendido dentro da academia, é simplesmente o compromisso com a construção do conhecimento e através dela é possível a relação transformadora entre a Universidade e a sociedade.

Acredito que o primeiro grande desafio do trabalho de extensão é nos fazer deparar e se adequar a uma realidade totalmente diferente da nossa. As comunidades escolhidas para as realizações do trabalho são comunidades pobres, submetidas as drogas e a todo tipo de violência, e tudo isso também é refletido nas escolas, pois são elas o reflexo das comunidades.

Quando demos os primeiros passos, se assim podemos dizer, havia o receio, e creio que isso seja natural, de sermos rejeitados de certa forma. De não haver uma reciprocidade de interesses. No entanto, desde o primeiro contato com a escola, que é parte primordial da comunidade, percebemos que o interesse era mútuo, ou melhor, pudemos sentir que grande parte daquelas pessoas tenta escapar de um destino que muitas vezes é determinado por terceiros a elas, e na maioria das vezes de forma preconceituosa e corriqueira.

Tudo isso foi reforçado a partir do momento que tivemos o primeiro contato com as crianças, aquelas que consideramos o futuro da nação se mostraram totalmente empolgadas em trabalhar com um meio através do qual elas possam se expressar e demonstrar o quanto são capazes. Todas as atividades que foram aplicadas ou dos diálogos que já foram realizados, tudo só nos mostra a importância dessa experiência, importância não só para eles, mas principalmente para nós que a estamos propondo.

É significante o quanto estamos aprendendo, e como a cada encontro sentimos mais vontade de continuar. Na verdade é muito gratificante ver os sorrisos e receber os abraços, os pedidos para que voltemos, e sobretudo perceber que nós estamos no caminho certo, de que a academia junto ao trabalho de extensão formam profissionais muito mais sensíveis e capazes de compreender e lidar com o outro. Façamos então dessa experiência não só parte, mas uma base para toda a nossa vida profissional e pessoal.

Por Pollyana Chicuta
Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Comunidade

O conceito de comunidade é algo que beira a utopia de uma convivência perfeita e harmoniosa entre todos nós, pobres mortais. O “Círculo aconchegante” formado por ela, nossa comunidade, é algo que nos cerca, nos absorve e, principalmente, nos mantêm vivos, nos fazendo feliz.

Esse conceito de “círculo aconchegante” que capta um tipo de união ingênua entre humanos, pode ser bem empregado no círculo escolar encontrado na Escola Elma Marques Curti, escola essa que pode ser considerada um modelo para a comunidade do Benedito Bentes.


Voltamos assim para o termo Comunidade, empregado dessa vez para designar um bairro da cidade de Maceió, que pode ser designado como uma comunidade, pois lá encontramos uma identidade de bairro bem forte e marcada, conhecida por todos os maceioenses. Ao ouvir alguém falar do “Biu”, quem não o conhece e até mesmo alguns que o conhecem pouco, pode por vezes se assustar e ser preconceito perante os moradores da localidade. Contudo, no Benedito Bentes, encontramos um entendimento compartilhado pela maioria dos moradores da localidade, uma cultura própria, o que é característico de uma comunidade.


Na Escola Elma Marques Curti, nós encontramos um círculo aconchegante formado pelos professores e pais para os alunos, em especial pela Professora Amélia e pelo Diretor Roberval, como também por todos os demais componentes da Escola. Mas, me refiro em especial aos dois, pela proximidade e pelo apoio que deram ao Programa Metamorfose. Contudo, na escola, encontramos aquele aconchego tão característico de algumas escolas que realmente se importam com seus alunos e sua educação. Lá, podemos ouvir os gritos de “Oh Tia, terminei a tarefa. ‘Tá’ certo?”, podemos ouvir lá também o relato preocupado de uma professora que se faz presente na vida de seus atuais e também de seus antigos alunos. Relatos sobre a crescente violência que atinge e aflinge todos nós.


Enfim, no “círculo aconchegante” do Elma Marques Curti, (re)encontrei uma criança que a muito eu não via, aquela que grita “Oh Tia” e aquela tia que responde também gritando, mas com todo carinho “Que é minino?”. Encontramos naquela escola pouco espaço físico, mas parece que isso não é problema, e sim, uma forma de unir quem lá vive, uma coisa que pode até parecer utopia, mas que pode ser conquistada: uma comunidade.


Por Mariângela Martins
Escola Municipal Elma Marques Curti

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Extensão para a vida

“Projeto de extensão é uma ação processual e contínua de caráter educativo, social, cultural científico ou tecnológico, com objetivo específico e prazo determinado.”
Era isso que tinha em mente quando me inscrevi para o projeto ‘metamorfose social’. Pensei que seria só mais um trabalho de faculdade e para minha surpresa, estava bem enganada.

Acho que é impossível permanecer indiferente a tudo que o projeto nos proporciona. Talvez fosse o comodismo ou o medo da realidade que me impedia de engajar em projetos educativos, mas agora, depois de começar essa diretriz social, é impossível não ceder aos encantos que ajudar o próximo nos traz.

O Metamorfose ainda engatinha, mas já é possível prever seus passos e isso me faz entender o que realmente tem valor.

Trago comigo experiências que só me fazem querer dar o melhor de mim para as comunidades que necessitam de amparo social. Sigo o exemplo da minha mãe que abdicou parte de sua vida para cuidar de crianças carentes tidas como problemáticas.

Hoje, antes de vir escrever esse texto, estava revivendo pequenos estilhaços de minha infância, época em que minha mãe trabalhava com menores. Isso tomava grande parte de seu dia, saia cedo e voltava tarde. Eu era muito nova para entender a finalidade de tanta dedicação e todo esse espírito altruísta. Isso até me magoava, pois houve tempo em que só pude ver minha mãe nos finais de semana.

Lembro também que ela encontrava com alguns desses menores nas ruas e sempre os ajudava. Eles a tratavam com tanto respeito e entusiasmo que parecia algo sagrado, era a “tia”. Aquela que sempre os acolhia, sempre os orientava, não importando as circunstâncias.

Um dia fui ao trabalho de minha mãe e pude ver como as crianças viviam. Enquanto meus olhos contemplavam todo aquele trabalho ali realizado ao mesmo tempo me emocionava, me enchia de dúvidas, e agradeci a Deus por tê-la sempre comigo.

Depois de tanto tempo, agora realmente entendo como é. Percebo o fascínio de minha mãe por ajudar as pessoas. O Metamorfose Social não está ajudando somente os envolvidos, mas está me ajudando de uma maneira sobrenatural. Se for possível ter certeza de algo, digo que a mudança que ele provocará nos demais envolvidos (os envolvidos de verdade) será duradouro e admirável. O projeto tem prazo para terminar, mas os frutos que ele deixará podem ser - e espero de verdade que sejam - perpétuos.

Por Mayara Wasty
Escola Estadual Aquilina Bulhões

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O sonho da metamorfose

Quando tratamos com “extensão”, estamos falando de quebrar as barreiras, de derrubarmos os muros que existem entre nós e o nosso alvo. Uma vez que tomamos a decisão de nos estendermos - seja para onde for- saímos da nossa zona de conforto em busca de novas descobertas. A extensão é, sem dúvidas, uma caixinha de surpresas.

Acreditamos que nesse mundo, tudo é mutável, inclusive o ser humano. Quando nos deparamos com crianças na fase de formação de seu senso crítico, recebendo uma enxurrada de informações de diversos tipos e de diversas maneiras, entendemos que poderíamos contribuir. Sonhamos que era possível transformá-los; desejamos ver neles a metamorfose social que crianças carentes (carentes não só de bens materiais, mas também de afeto e atenção) têm o direito de passar.

É uma utopia achar que determinado grupo de pessoas irá mudar a realidade social de um grande lugar. No entanto, é covardia ver crianças que precisam da sua contribuição e não o fazer. É por isso que oferecemos o nosso melhor, a nossa comunicação, para que possamos fazer com que a metamorfose comece. O que fazemos é apenas uma parte daquilo que deveria ser feito de fato. Não mudaremos o mundo, sem dúvidas, mas estamos fazendo a nossa parte; começamos essa trilha.

Ao colaborar com as mudanças dos outros, acabamos nos modificando também. É impossível contribuir para tal processo e sair ileso dele; mas só ganhamos com isso. Talvez queiramos ser como Raul Seixas disse um dia: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Hoje, colaborando para que essa metamorfose social aconteça, acredito que ainda não temos condições para realizá-la com sucesso; mas amanhã talvez eu possa mudar de ideia. O que hoje é sonho, amanhã pode ser realidade.

Por: Luana Marttina
Escola Municipal Francisco de Melo

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Mídias S@ciais e Redes S@ciais

Um método alternativo de ensino?

Antes de abrir essa discussão acerca do uso das Mídias Sociais e Redes Sociais como um possível método alternativo de ensino, primeiramente, é preciso definir o conceito desses dois termos tão comuns no meio social, para que assim haja uma compreensão aprofundada do que seria esse método. Essa discussão é muito delicada, pois, envolve vários conceitos que levam ao surgimento de dúvidas.

Os chamados sites de relacionamentos (Redes Sociais) é um ambiente social que tem como foco, central, reunir pessoas possibilitando que seus membros, uma vez inscritos, exibam seus perfis e compartilhem dados como, informações pessoais, fotos, músicas, vídeos, textos, opiniões, experiências etc. Além de criarem listas de amigos e participarem de comunidades. Um detalhe importante: para ser uma rede social é fundamental que as pessoas tenham em comum um objetivo. Até mesmo uma sala de aula é uma rede social, em tese, todos têm o mesmo objetivo, o aprendizado.

É comum a confusão entre esses dois termos, porém, eles não têm o mesmo significado, por mais que haja nos dois casos interação social entre os seus respectivos usuários. As Mídias Sociais são utilizadas como um veículo de divulgação de conteúdos, de produtos e de serviços. Pode-se dizer que é a democratização do conteúdo e da compreensão do papel que as pessoas desempenham no processo de leitura, não somente de divulgar as informações, mas, também, compartilhar e criar conteúdos para que outras pessoas possam compartilhar e usufruir.

Sendo assim, Facebook (rede de relacionamentos), Orkut (rede de relacionamentos), MySpace (partilha de vídeos, músicas e textos), entre outros, são redes sociais; já YouTube (partilha de vídeos), Twitter (microblogging), SlideShare (compartilhamento de apresentações), etc., são mídias sociais. Ou seja, toda rede social é uma mídia social que, por sua vez, também, é uma mídia digital.

As mídias sociais, do mesmo modo que as redes sociais estão presentes na vida das crianças e adolescentes devido a necessidade de se relacionar, o que é bastante comum nessa época da vida. São muitas as informações e conteúdos disponíveis nesse mundo virtual, ferramentas como fóruns, blogs, chats, imagens, vídeos, dentre outros, provocam discussões sobre diversos assuntos de interesse. Como utilizar essas e outras ferramentas como método de ensino?

O cenário educacional vem sofrendo grandes transformações e mudanças. Para cada tipo de ferramenta on-line há uma função mais indicada, e pode ajudar professores e alunos de diferentes formas, como:
Os Blogs, atualmente, também estão sendo usados por professores que desejam criar proximidade com os alunos, além da possibilidade de disponibilizar o conteúdo das aulas, trabalhos e provados aos alunos.

As Redes Sociais por sua facilidade de divulgação atraiu os usuários dessas ferramentas, e por esse motivo, os próprios alunos podem interagir intensamente, participando ou sugerindo a participação de eventos voltados à área; comentando; "curtindo" no caso do Facebook; retuitando, quando se tratado Twitter e se tornando amigo no Orkut.

Há, também, as Redes de compartilhamento de documentos – é possível criar sites que disponibilizam conteúdos gratuitos permitindo o aprofundamento dos alunos em diversos assuntos que dizem respeito à área em foco, a partir de um login criado pelo próprio usuário, possibilitando o compartilhamento dos documentos ali contidos.

Atualmente, diversas escolas se utilizam das redes sociais, associando-as a projetos sócio-educacionais promovendo interação social entre a comunidade e a própria escola. A exemplo disso, O Projeto Tonomundo é desenvolvido por um núcleo da Universidade de São Paulo e pelo Instituto Oi Futuro: as escolas contempladas são equipadas com laboratórios de informática. Inicialmente, as atividades são realizadas com a presença dos alunos, depois passam a serem ministradas à distância. Atividades lúdicas como as gincanas virtuais que possuem um envolvimento entre os interesses da escola e as necessidades da comunidade. Temas como Identidade Cultural são trabalhados no projeto desenvolvendo pesquisas realizadas pelos próprios alunos, e depois lançam na comunidade virtual suas experiências no portal Tonomundo.

Por Viviane Araújo
Escola Municipal Selma Bandeira

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Crianças, o futuro da nação!

Excelentíssimos brasileiros e brasileiras,

Mostrarei agora um sistema que já vigora em nosso país, mas que poucos sabem como funciona e a importância que terá num futuro bem próximo. Crianças, sobre elas será depositada a grande responsabilidade do futuro da nação. Um futuro brilhante, com total desenvolvimento nos setores da saúde, economia, tecnologia e etc, isso será cobrado a elas quando crescerem. Portanto é dever nosso lhes oferecer todas as condições possíveis para que possam realizar tamanho feito. Para tal as colocaremos em nosso mais perfeito sistema educacional público, no qual será oferecida a regalia de três refeições diárias, mas não para todas, desde já devemos lhes ensinar que só as melhores devem ser recompensadas. Então escolheremos entre milhares, as melhores, não importa a quantidade, se somente cinco forem boas o suficiente para nós, que seja.

Iremos alimentá-las, mas temos que lhes ensinar a ser fortes, por isso, a dieta oferecida deve ser simples, sem muitas proteínas, vitaminas, sem verduras e todas essas bobagens, assim ao caminharem quilômetros e mais quilômetros para chegarem a escola, treinarão seus pequenos corpos a aguentar extrema exaustão sem gastar demasiada energia.

Não disponibilizaremos muitos livros para elas, somente alguns, mas apenas para as melhores, as burras não irão precisar de livros já que não aprenderão a ler. Colocaremos ótimos professores, mas ao oferecer-lhes um salário miserável e uma carga horária sobre-humana, criaremos um novo desafio aos alunos: conseguir aprender mesmo com professores extremamente cansados e desmotivados. Dessa maneira também conseguiremos proporcionar a elas greves constantes, mais uma maneira de desafiar seu potencial. Assim, as crianças que conseguirem sair do nosso sistema serão, sem dúvida alguma, AS MELHORES!

Tiraremos todas as coisas que as distraiam do nosso projeto. Amenidades como arte, literatura, música, dança e teatro, serão completamente extintas. Não queremos formar artistas, poetas e sonhadores e sim empresários, políticos, advogados, médicos, indivíduos que realmente façam a diferença.

O nosso sistema é bastante eficaz porque cuida das duas classes de crianças. As que conseguirem sair (repito, serão pouquíssimas, em compensação as melhores!) se tornarão jovens capazes de competir com aqueles que estudaram toda a vida no sistema particular, um sistema que torna a vida dos alunos demasiadamente fácil. Portanto os nossos, mesmo não tendo o mesmo conteúdo educacional dos demais, possuem força de vontade e com muito esforço podem se equiparar aos outros.

Para as que não conseguiram sair, não há preocupação, pois elas não possuirão mais alto-estima, retiraremos delas. Dessa maneira não criarão problemas, elas abaixarão a cabeça para qualquer decisão que tomarmos. Haverá aquelas que por revolta não irão se subjugar e tentarão fazer justiça com as próprias mãos, mas para essas criaremos unidades prisionais cada vez maiores.

Para os que não conheciam, esse é o perfeito sistema que criamos, para separar o joio do trigo. Um sistema que num futuro próximo nos entregará cidadãos modelos, capazes de produzir a mais alta tecnologia, de curar todas as enfermidades conhecidas até hoje, de organizar de maneira magistral a economia nacional. Porém há um pequenino infortúnio: a relação entre os indivíduos passará a superficialidade, esses “novos seres” não serão ensinados a se desenvolver socialmente, o individualismo lhes é nato. É um preço pequeno que vale a pena ser pago.

Atenciosamente,

Sistema Público de Ensino


Por Keren Lima
Escola Municipal Frei Damião

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O início de um ciclo

Desde que nos inserimos no projeto Metamorfose Social, resolvemos nos entregar de corpo, alma e coração. A vontade de qualquer aluno na Universidade é conhecer o famoso tripé: ensino – pesquisa – extensão, e cá estamos nós com uma das bases.

O envolvimento aconteceu de forma gradativa e particular. A extensão aos poucos vem revelando nosso lado humano e frágil, aquele que nem conhecíamos. Ensina-nos, a cada encontro, a honrar os compromissos que firmamos, a ouvir, entender, compreender, falar, aprender.

Diante desse poço de conhecimento, não conseguimos resistir. Tentaram nos desestimular com as problemáticas que envolvem toda e qualquer comunidade e não conseguiram. O Projeto plantou em nós uma semente que brotou lindamente e só se fortalece. Um dos pontos abordados em encontros que todos nos reunimos para estudar e discutir o andamento de nosso processo foi a violência escolar que vem tomando índices assustadores. Hoje é normal ver a mídia repleta de notícias que citem casos desse âmbito.

O que está acontecendo com essas “pequenas” crianças que um dia serão o futuro desta nação? Se o futuro depender desses que disseminam a violência, o país entrará num caos. As autoridades acham que isso não um grande problema que mereça tanta atenção, pois se merecesse eles já teriam tomado alguma providência pra tentar reverter esse quadro. Daí vem o desafio do Metamorfose Social, que de alguma maneira, por mais simples que seja, quer deixar sua marca na vida desses jovens, fazendo com que eles se sintam inseridos na sociedade e, de fato, façam parte dela.

A escola em que estamos trabalhando, Francisco de Melo, não é diferente das outras escolas, especificamente as públicas. Ela possui as mesmas deficiências, que a maioria das instituições de educação do Brasil possuem. Professores mal remunerados, uma péssima estrutura física da instituição, alunos violentos, pais desinteressados com o aprendizado do filho, entre outros. Mas, o que não pudemos esquecer ao visitar esta instituição foi o brilho nos olhos de alguns jovens, que de alguma forma estão numa luta diária pra serem vencedores.

P.S.: O carinho com o qual minha equipe foi recebida na escola é inexplicável. E isso, levaremos conosco em nossa viagem pela Terra.

Por Bruna Albuquerque
Escola Municipal Francisco de Melo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Comunicação um direito de todos

Os Meios de Comunicação exercem poderosa influência na nossa cultura. Refletem, recriam e difundem o que se torna importante socialmente tanto ao nível dos acontecimentos como do imaginário. E desempenham também um importante papel educativo, transformando-se, na prática, numa segunda escola, paralela à tradicional.

Quando se fala em direito à comunicação é afirmar um dos direitos indispensáveis da cidadania, assim como saúde, lazer, moradia; a comunicação é um direito que deve ser garantido a todo o cidadão. A garantia desse direito pode ser concretizada através da possibilidade de acesso a produção e difusão da comunicação por parte da sociedade. Isto é, não cabe, apenas, aos grandes meios de comunicação, o direito de produzir as informações acessadas pela sociedade, porém, a própria sociedade como um todo, representada por seus diversos segmentos, tem a possibilidade de expressar sua voz e opiniões.

É por meio da comunicação que os indivíduos expressam sua identidade, suas opiniões e intenções de acordo com o contexto social no qual está inserido e as confrontas com outros indivíduos oriundos de contextos culturais distintos.

As crianças, adolescentes e jovens, assim como os demais segmentos da sociedade devem exercer o direito à comunicação, partindo do princípio de avaliação e análise crítica dos conteúdos que lhes são apresentados e produzindo, difundindo as informações que lhes dizem respeito, no decorrer de suas vidas.

Escola um veículo de comunicação

A comunicação nas escolas é uma ferramenta potencial de participação social de grande importância para o processo de ensino-aprendizagem de qualidade no ensino básico. A escola precisa repensar urgentemente a sua relação com os Meios de Comunicação, deixando de ignorá-los ou considerá-los inimigos. Nesse aspecto, as crianças, os adolescentes e jovens podem trabalhar os diversos meios de comunicação a seu favor. Vale ressaltar que já existem projetos de implantação, em algumas escolas, de laboratórios de rádios, o que só vem a somar na formação educacional.

O Rádio é um veículo de grande atuação social e democrática, sua linguagem é trans-classista, atingindo pessoas de diferentes faixas etárias, classes sociais e culturas distintas. Sem dúvida, o Rádio desenvolve um papel importante na transmissão de acontecimentos, informação e entretenimento.

A escola, também, tem esse papel social, no entanto, enquanto a linguagem do rádio é mais acessível ao seu publico, em muitas ocasiões não acontece o mesmo na escola. Essa deficiência no processo de comunicação entre escola e aluno é tida como um dos problemas-chaves na materialização do processo de aprendizagem.

Para sanar essa deficiência é preciso utilizar-se de estratégias, tais como, adaptação de processos educativos com uso do rádio, além da criação de laboratório de comunicação o qual o aluno poderá mostrar sua capacidade criativa, de trabalhar em equipe, a possibilidade de mostrar seu talento, são algumas das vantagens que este projeto poderá proporcionar a escola.

Em resumo, a implementação da linguagem do rádio no processo de ensino cria uma nova alternativa para estimular a melhoria da qualidade de educação e as condições de trabalhos dos profissionais envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

Por Viviane Araújo
Escola Municipal Selma Bandeira