quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nossos futuros substitutos

Na primeira oportunidade que tivemos, levamos alguns de nossos pequenos à universidade. Uma simples visita, pois, já que nós fomos tantas vezes à escola deles, nada mais justo do que retribuir a ação. Foi então que os alunos de nosso projeto conheceram nosso lugar de origem.

Pudemos reconhecer em seus olhos a descoberta do novo. Observavam tudo atentamente, prestavam atenção por onde passavam, olhavam muito e não falavam nada. Tímidos e curiosos. Tentamos falar da melhor forma possível sobre o que vivemos na universidade, para crianças cuja preocupação são os problemas da matemática!

Um pouco da técnica do rádio e da televisão foi o que oferecemos a ele... e pudemos ver na euforia deles, a diversão que só criança sabe sentir de verdade. A timidez logo deu lugar à liberdade e, sem perceber, as crianças estavam envolvidas com o som, a imagem e a comunicação.

Diversão foi a ordem do dia, dividida entre o rádio e a TV. Pudemos apresentar às crianças, um curso de Comunicação Social por um ângulo muito mais atrativo. E eles gostaram muito do que viram, se divertindo com pequenas coisas, que talvez os estudantes do curso nunca tenham notado.

A surpresa do dia surgiu na hora de ir embora, ao ouvir daqueles seres pequenos: “Não quero ir embora, quero ficar aqui mais tempo”. E pensar que várias vezes quisemos nem estar nesse lugar que encantou aqueles meninos e meninas. Ao constatar que eles gostaram de conhecer a universidade e que desejavam uma visita mais longa, me dei conta que, no futuro, eles nos substituirão. Daqui a alguns anos nós estaremos bem longe da universidade e eles estarão lá, nos nossos lugares.

Espero que eles cultivem esse desejo de ser parte de nossa universidade. E ficaríamos muito contentes, em saber que os alunos envolvidos no nosso projeto (alunos vindos de uma realidade carente de tudo), chegarão lá, e que mesmo de forma modestas, nós contribuímos para isso. A metamorfose social acontecerá...mas no momento exato.

Por Luana Marttina
Escola Estadual Francisco Mello

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O sorriso de uma criança



O sorriso de uma criança revela afeto e grande calor humano!
É encanto!
Fantasia! Luz que vai se espalhando por
Todos os cantos transmitindo muita energia e bons fluidos!
O sorriso de uma criança é esperança de dias melhores,
de problemas resolvidos.
O sorriso de uma criança conquista países e atravessa fronteiras!
Une os povos!
Faz a humanidade ser mais caridosa!
O sorriso de uma criança é semblante de serenidade!
É noite de lua prateada clareando o caminho e realizando
Sonhos!
O sorriso de uma criança é como a varinha mágica
que transforma tudo que toca em riqueza e grande beleza!
É sino que badala! Prata que brilha!
Eterna melodia que faz sinfonia dentro de cada sensível coração!
O sorriso de uma criança é felicidade pra toda a vida e
Principalmente esperança de um mundo melhor!

De Antonio Marcos Pires - Rio de Janeiro


Por Viviane Araújo
Escola Municipal Selma Bandeira

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Hoje fizemos mais uma visita a escola Frei Damião. Ao chegar lá recebemos a notícia, de uma das alunas que estavam na porta, de que a professora havia faltado, logo, nenhum dos alunos de sua turma se encontravam na escola. Não fiquei surpresa, o fato já ocorrera outras vezes, mas a decepção foi inevitável. Nos olhamos, eu e o outro membro da equipe, sem sequer uma palavra houve uma longa conversa e a conclusão foi: mais um dia perdido...

Entramos para falar com a coordenadora pedagógica, sem muita expectativa, ela nos recebeu muito bem, nos sentamos e explicamos o que havia acontecido e da nossa decepção, porque esse fato iria atrasar todo o nosso cronograma. Ela nos ouviu com atenção. Algumas farpas atiradas na direção da professora, que já havia feito isso outras vezes foram inevitáveis, e em meio as nossas ponderações, desabafos, a conversa tomou outro rumo:

“Ela era uma de nossas alunas”

Fiquei surpresa, na verdade foi um misto de sentimentos: surpresa, agonia, remorso. A moça que há pouco tempo havia sido morta da maneira mais cruel e brutal, que teve seus braços e cabeça decepados, era uma aluna da Frei Damião. Não pude evitar lembrar as imagens que me foram mostradas de seu corpo e uma sensação indescritível tomou conta de mim...

Pensei nela como um dos nossos, no início do programa cogitamos a idéia de trabalhar com os jovens do EJA. Pensei e se tivéssemos mesmo escolhido alunos do EJA para o programa? E se ela fosse uma das selecionadas? E se eu tivesse construído um laço tão forte com ela, como o que construí com os pequeninos? Se tivesse conversado com ela, se ela tivesse me contado sobre seus filhos pequenos? Se tivesse me contado como era a vida na Frei Damião? Se tivesse me falado que estava cansada de ver tantas crianças sendo arrastadas para as drogas e que como não queria ver seus meninos nessa situação tinha resolvido tomar uma atitude, denunciar o que estava acontecendo? Qual teria sido aminha reação? A teria aconselhado a ir adiante ou recuar?

Eu sei que são muitas suposições, mas reconheçamos que nenhuma delas eram impossíveis. Admirei tanto aquela mulher, sua coragem. Por denunciar um esquema de drogas que acontecia na parte exterior da escola. Por velar, se preocupar e proteger seus filhos, ela foi punida. Para mim, e não importa o que digam os pasquins de plantão, ela foi uma mártir, para os que não sabem o significado, são aqueles que não se preocupam com a própria vida com tanto que não renunciem sua fé e suas crenças. Tenho certeza que a fé dela estava em seus filhos.

Senti vergonha de ficar decepcionada e com raiva de algo tão efêmero, havendo tanta gente que tem que conviver com histórias como essa todo o santo dia. Termino meu desabafo com uma frase que uma das crianças da minha equipe soltou em meio a uma conversa, que expressa o descontentamento e a falta de perspectiva: Aqui é assim tia, quem faz a lei são eles, os bandidos.



Por Keren Lima
Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A felicidade de um sorriso!

Já estamos quase no fim de novembro e um longo caminho foi percorrido até aqui. Muitas experiências vividas, muitas atividades desenvolvidas e já estamos sofrendo com o momento da despedida.

Estamos desde agosto realizando visitas regulares à Escola Elma Marque Curti, porém ontem nós é que fomos visitados. Nossas crianças (pois é, elas já são nossas!) vieram até o COS/UFAL conhecer nossa rádio, que com todas as dificuldades já é como um mundo novo para elas. Nós desenvolvemos atividades de gravação de voz, e como as vozes daquelas crianças são lindas! Cada um do seu jeitinho, lendo o texto que escolheu ler, da forma como quis, muito fácil, com naturalidade... Outros superando a timidez, mas todos com dedicação e vontade. Isso foi o mais bonito de ver, todos eles, a seu modo, se esforçaram, deram o melhor de si, capricharam... Superaram as dificuldades de leitura, o nervosismo, a timidez e arrasaram! Depois dos exercícios de gravação foi a hora do lanche, a hora mais feliz! Tão lindos, comportadinhos, cada um no seu canto... Aí foi nossa vez de preparar mais uma surpresa.

Enquanto eles estavam ali comendo nós exibimos as imagens da nossa primeira visita à escola. E que emoção foi! Pra eles e pra nós! Enxergarmos-nos, perceber como mudamos, como já estamos mais entrosados... Foi feliz! Deu orgulho! Mostrou o valor de todo o esforço, de todo o cansaço... De toda a doação que qualquer projeto de extensão exige de nós!

O melhor foi perceber que não éramos apenas nós que estamos felizes com o que está sendo realizado. Eles também estão! Não só as crianças, mas a querida professora Amélia (*-*) que tanto nos ajuda! Vimos que a felicidade era geral! Vimos que o nome deste projeto não é METAMORFOSE à toa. A felicidade de cada sorriso ontem nos provou isto!!!

Por Déborah Moraes
Escola Municipal Elma Marques Curti

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dizes que sou o futuro, Não me desampares no presente. Dizes que sou a esperança da paz, Não me induzas à guerra. Dizes que sou a promessa do bem, Não me confies ao mal.

Dizes que sou a luz dos teus olhos, Não me abandones ás trevas. Não espero somente o teu pão, Dá-me luz e entendimento.

Não desejo tão só a festa do teu carinho, Suplico-te amor com que me eduques. Não te rogo apenas brinquedos, Peço-te bons exemplos e boas palavras. Não sou simples ornamento de teu carinho,

Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus. Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão. Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo. Corrija-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra… Ajude-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.

( Meimei )

Por Bruna Albuquerque
Escola Estadual Francisco de Mello

AQUARELA


Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)


Composição: Toquinho e Vinicius de Moraes


Por Viviane Araújo

Selma Bandeira

sexta-feira, 18 de novembro de 2011


Pois é...

Criatividade é um negócio para poucos. Dizem que quando as pessoas nascem, elas já nascem com alguns dons. Esse é um deles.

É surpreendente ver o quanto as crianças se entregam às nossas propostas. Surpreendente e gratificante. O envolvimento dos grupos com os assuntos que lhes são apresentados – e isso, claro, vendo todo o passar do tempo – fica cada vez melhor.

E falando em tempo...

Estamos correndo contra ele para que, com todas as ideias e a explosão de criatividade que vemos e ouvimos ao acompanhar as nossas crianças, o nosso trabalho possa ser concluído com sucesso.

É uma soma. Um misto de ideias. Uma troca de experiências.

Uma metamorfose. É a Metamorfose Social.


Escola Municipal Frei Damião

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Um olhar diferenciado.

Eu me lembro bem... Eram momentos tão especiais, a felicidade existia nas pequenas coisas, nos pequenos gestos, nas coisas mais simples da vida. O mundo se restringia a imaginação, e eu seguia, porque acreditava que o amanhã ia chegar e junto com ele ia trazer os meus sonhos realizados. Quando crianças nos movemos pela simples alegria de viver, ainda que inconsciente somos tomados pela esperança ; Como sinto falta daqueles dias,a infância é uma época que a vida parece uma simples brincadeira , em que brotam muitos sonhos e a esperança de um amanhã melhor .

E é isso que a “metamorfose” tem proporcionado: Esperança. É emocionante estar com aquelas crianças e perceber que através do nosso instrumento de trabalho, que é os meios de comunicação, podemos levar alegria e incentivo aos pequenos que vivem uma realidade de pobreza e desmotivação.

É fato que vivemos num ambiente complicado, afinal, vivemos no estado com maior índice de violência, analfabetismo e pobreza, mas também é fato que se toda a sociedade tivesse um olhar especial e investisse nas nossas crianças, estaríamos caminhando para uma sociedade mais justa, humana e igualitária.

É emocionante e gratificante fazer parte da “metamorfose’’, sinto que estamos fazendo a diferença e esse é o nosso maior desafio, levar esperança e fazer com que as crianças sintam que, apesar das circunstâncias e de tudo ao redor dizer o contrário é importante acreditar no sonho, e o meu sonho é que todos possam olhar com carinho e cuidado para as crianças do nosso Brasil, porque o futuro depende dos pequeninos, e os pequeninos dependem de nós.

Por Rosiane Martins
Escola Estadual Francisco de Mello

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A criança ainda vive

A cada dia, esse projeto faz com que nós, alunos e antes disso, seres humanos, possamos vivenciar um pouco do que essas crianças vivem, um pouco dos seus sonhos, desejos e carências. Vimos a realidade muitas vezes difícil e vimos também que há esperança em cada rostinho daquele. A esperança de se tornar alguém quando grande e principalmente de ser alguém. Nesse projeto, que é uma “metamorfose social”, faz também um resgate do pessoal, onde doamos poucas de nossas horas, para também ser criança de novo e incentivadores de outras que querem crescer como a gente e ir em busca de um sonho.

Vamos sim, buscar sempre incentivá-los sem esquecer que a criança que há em nós, ainda vive! Porque apesar daquele olhar triste e vazio, ainda conseguimos sentir a pureza do sorriso dessas crianças.

Por Tereza Luana
Escola Municipal Selma Bandeira

O tempo passou...
E a criança que um dia fomos, ficou lá atrás.
Novas responsabilidades vieram fazer parte da nossa vida.
Conhecemos outras sensações.
A vida nos trouxe conquistas e perdas.
Muitos foram os aprendizados que chegaram ao nosso destino.
Outros sorrisos e lágrimas também.
A ingenuidade se perdeu em uma das curvas do caminho.
As bolas e as bonecas perderam o seu lugar de destaque.
As aventuras tornaram-se outras.
O mundo super fantástico se tornou o mundo dos adultos.
A fantasia pouco a pouco foi sendo substituída pela responsabilidade.
As coleções de figurinhas e bolinhas de gude também foram esquecidas.
Sim, o tempo passou.....
Mas as lembranças daquele tempo tão belo, ah, essas não se apagam, continuam vivas e eternas dentro do nosso íntimo.
E a qualquer momento, podemos relembrá-las, basta apenas abrir as portas do nosso íntimo.
E redescobrir a criança que um dia fomos....
Criança que tinha medo do escuro, mas que pouco a pouco, percebeu que nenhuma escuridão nos fará mal, se mantivermos nossa confiança.
Criança que talvez tivesse tanta dificuldade para aprender a amarrar o cadarço do sapato, mas com perseverança, não desistiu e um dia conseguiu.
Criança que caiu muitas vezes, chorou, teve cicatrizes, mas nunca ficou eternamente no chão, logo, logo, levantava e ia buscar outros horizontes.
Criança que curiosa, nunca se cansava de querer descobrir o mundo, pois acreditava em seu potencial.
Criança que se assustava com as expressões matemáticas, mas ao invés do desânimo, se aliava à determinação, descruzava os braços e encontrava um meio de vencer o desafio.
Criança que brigava com os coleguinhas, mas jamais guardava a mágoa por muito tempo e depressa, fazia as pazes e saia a brincar.
Criança que chorava diante das derrotas, mas não pensava em abandonar e depois do choro, voltava a gargalhar e a buscar por outras vitórias.
Criança que temia muitas coisas, mas em nenhum momento, permitiu que esse medo lhe paralisasse os passos.
Criança que tinha pavor de trovão, mas depois, aprendeu que nenhuma tempestade por pior que seja, é eterna e assim continuou a acreditar que o sol sempre voltaria.
Criança que ficou de castigo, se revoltou, mas com o tempo, compreendeu que os aprendizados são necessários e foi amadurecendo.
Criança que soltava pipa e compreendia que não tinha asas para voar, mas que isso não a impediria de conhecer novos horizontes.
Criança que se machucou nas pedras, mas não largou as brincadeiras.
Uma criança que acreditava em seus talentos e se via como um super herói.
Criança que enfrentou doenças, mas não perdeu o seu sorriso.
Criança que teve inúmeras dificuldades, mas jamais deixou que a esperança se apagasse.
Criança que conheceu o sofrimento, mas teve a ousadia de encará-lo e enfrentá-lo.
Criança que presenciou a discórdia, mas que diante de um simples gesto de carinho, retribuía com amor.
Sim, uma criança que muito viveu.
Uma criança que cresceu...
E uma nova vida surgiu...
E agora fica a pergunta:
"Onde está a criança que um dia fomos? A coragem, a audácia, a confiança, a fé, a alegria, o amor e perseverança foram parar aonde?"
Meus queridos, a criança que um dia fomos, encontra-se dentro de nós, adormecida, porém com a mesma força de outrora.
Com a mesma garra para enfrentar as adversidades, sejam elas quais forem.
Com a mesma alegria, para caminhar e contemplar a beleza da vida.
Despertemos essa criança que há dentro de nós, voltemos a acreditar em nosso potencial e principalmente a acreditar que podemos sim, reescrever a nossa história.
Não interessa o que já cometemos, os deslizes vividos e desatinos praticados, mas sim, a real vontade de trilhar um novo rumo.
Façamos como aquela criança que não cruzava os braços e corria, pulava e gritava, enfim, vivamos intensamente, abraçando a renovação e seguindo o caminho, cada vez mais confiantes.
Confiantes, porque assim triunfaremos.
Nos momentos de tristeza, lembremos da força que aquela criança sempre trazia consigo e iremos nos fortalecer para vencer as provas apresentadas.
Nos momentos de desespero, recordemos da criança que sempre aparecia com uma novidade, que se aliava à imaginação e coloria o mundo e com isso, não nos sintamos vencidos pelas tormentas, tenhamos fé e optemos sempre pela vida, porque ela sempre se renova.
Despertemos a criança que está e sempre estará dentro de nós.
Vivemos num mundo de adultos, mas não deixemos que a coragem, a doçura e a fantasia que um dia estiveram conosco, se percam em nosso dia a dia.
Caminhemos com a doce alegria tão comum aquela criança que não deixava de sorrir e jamais se sentia derrotada.
Busquemos os bons sentimentos vividos no passado e com eles, descubramos que ainda temos muito mais a viver e abramos as nossas janelas, para que a luz adentre.
Busquemos também, a criança de ontem, para que ela possa voltar a colorir nosso mundo e compreendamos que nessa existência ainda há muito a ser realizado.
Acreditemos, porque a criança ainda vive e sempre viverá dentro de nós.
E com a sua força, tenhamos o comprometimento diante da vida.
Porque a vida espera por nós.
Tenhamos fé, fé em nosso potencial e no Pai que não nos desampara.

Por Sônia Carvalho

sábado, 12 de novembro de 2011

O que vejo na imagem...


Nosso olhar tende sempre para centro da página, em seguida vai para a direita.

A luz faz com que uma criança fique em foco, ela parece ter notado que algo está apontado para ela.

Logo percebo que a menina está com a mão na boca e seus olhos expressam algo.

Meu olhar segue a esquerda, vejo pessoas estáticas, sacolas , roupas, e as cabeças?

Não dá para saber quem é.

Essa observação faz com que eu permaneça com o olhar neste lado.

Noto uma simplicidade em tudo até na forma se segurar a sacola.

Esperando por algo, é no que posso pensar.

Volto para menina, noto que ela espera também, outra pessoa no fundo faz a mesma coisa, o que será, então?

Esperamos por tanta coisa nesta vida, por direito a educação, saúde pública... enfim... a luta diária continua e meu olhar também a observar.

A imagem um pouco escura parece deixar a situação ainda mais fria.

A menina parece querer falar, esses corpos estáticos a conhece?

Mas duas coisas estão na mesma altura da menina, as sacolas...

Uma sacola branca e uma preta com baldes. Eles podem passar facilmente despercebidos pelo nosso olhar...

O conteúdo que preencherá os baldes é o mais relevante,

Todos esperam, esperam e esperam...

Por algo que o recorte de um instante não explicou:

Pela sopa.

Essa fotografia foi capturada por mim em 15 de setembro do ano passado. Ela mostra a realidade das pessoas que esperam em filas nas comunidades por um prato de sopa. Neste caso, o espaço da entrega era no Feitosa. Não tenho a informação se a distribuição de sopa neste bairro continua, mas queria ressaltar que nosso trabalho nas escolas será como essa imagem. Ficarão em nossas memórias gravados instantes, que somente a gente poderá interpretar. Nós sabemos qual o nosso propósito de encontrar toda a semana as crianças nas escolas e vamos mostrar o objetivo, porém o que cada um tirará de todo esse aprendizado será diferente.

Por Elaine Gonzaga
Escola Municipal Frei Damião

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Estamos indo muito bem!

Enfim, terminamos os filmes em Stop Motion. Os alunos ficaram muito satisfeitos em ver o resultado de seus trabalhos. Ao longo do mês de outubro e início de novembro produzimos de maneira até um pouco exaustivas 4 pequenos filmes em Stop Motion. Havia um certo receio de que eles não gostassem dos filmes, ou achassem chato de fazer. Porém o resultado foi ótimo. Eles ficaram super empolgados e se divertiram muito. Formamos uma verdadeira equipe, nós e eles.



Esperamos que a próxima etapa seja um pouco mais tranqüila e de fato será. Agora vamos entrar em uma parte mais teórica do processo e buscaremos com isso perfis para se trabalhar na etapa de Rádio Jornalismo.






Por Mayra Pires
Escola Estadual Aquilina Bulhões

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O poder de um esmalte

Ao ver uns olhos cabisbaixos, tristes, que chegam até a mim, preocupo-me e questiono:

- O que aconteceu?
- Tia, você trouxe o esmalte?
- Ah! Ô meu amor, a tia esqueceu de verdade! Da próxima vez a tia traz, certo? Vamos fazer a atividade agora...

Explicando a atividade, mas a cabeça com um turbilhão de pensamentos e preocupações. De repente, me vem um. "Como ela ainda lembra? Faz tanto tempo que falei isso, quase um mês..."

Ao final, momento de despedida com direito a beijos e abraços afetuosos, carentes de carinho, ternura.

Um cochicho no ouvido:
- Tia, não esquece não tá? Da próxima vez traga!
Vejo um sorriso e retribuo dizendo:
- Tá certo, pode deixar!

Pisco o olho, me despeço e deixo para trás, com o coração partido, dezenas de crianças que esperam pelo novo a cada dia. Que aguardam alguma mudança em suas respectivas vidas que lhes tirem o fôlego e façam brotar sorrisos sinceros e espontâneos no rosto ao amanhecer. E melhor ainda, que perdurem durante todo dia, até a chegada da lua, mesmo que não reparem nela e nem saibam em que fase ela está.

Depois deste dia, comprei o esmalte. Está aqui na minha casa e olho para ele todos os dias. Não vou esquecer. Nem tem como. Ele me leva às crianças e aos momentos alegres que vivemos, aos sorrisos que sorrimos.

Depois deste fato, percebi uma única coisa: como sou pequena. Não no tamanho, isso já se faz impossível, no interior mesmo. Como tenho coisas que para mim são minúsculas, mas para eles são enormes.
O exemplo citado foi um esmalte. Penso, querido leitor, em quantos outros sonhos maiores eles têm... Maiores para eles, quem sabe até impossíveis. Mas, para nós tão próximo da realidade.
Não há como negar esse choque de culturas e poderes aquisitivos. Existe, e me desculpem a pitada de sinceridade, sempre vai existir. Porém, a mudança parte de nós. Mudança interna.
A partir do momento que a gente se humaniza, o modo de ver mundo ganha outro ângulo e isso, ah, já é um grande passo.
Um abraço e um beijo para a Extensão.

Itamara de Almeida
Escola Estadual Francisco Mello

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Coragem, Criança!

Pensamento de criança é massa de modelar, nunca tem a mesma forma.
Tudo de mentirinha, a cobra, o caracol.
Tudo multicolor, o elefante colorido, a amarelinha de giz branco.
E de mentirinha a vida ia sendo feita...
Era preciso que a boca fosse um porta-aviões.
Que o escuro fosse um bicho-papão.
Que o dente fosse para cima do telhado.
E de verdades a vida foi sendo feita...
Nem sempre se é café-com-leite.
Algumas vezes a cabra-cega é você.
Se você é par, dá ímpar e se é ímpar, dá par.
Depois do agú, você é o primeiro a ser descoberto.
Então, o tempo te pega e consegue correr mais rápido.
Seu Rei mandou dizer... que fosse adulto.
Entre encontros e desencontros, chegadas e partidas, perdas e ganhos...
Enxergar as morais das histórias que as fases da vida ensinam é um dos melhores presentes.
Ser criança é saber renovar as energias de hoje para acordar no outro dia e fazer tudo de novo.
É saber dividir, esperar a vez de entrar no jogo e, também, a vez de sair.
Mais que isso, é compreender que compartilhar é preciso.
É preciso dividir sorrisos, tristezas e tudo o mais que não caiba em um único peito.
É ter a vontade de querer cada vez mais.
Melhor, a coragem de continuar, sempre.

Por Sara Basan
Escola Estadual Selma Bandeira

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

APRENDA COM AS CRIANÇAS



Os adultos desejam ensinar tudo às crianças. Quando elas iniciam a balbuciar, não se cansam de repetir as palavras, a fim de que elas aprendam a falar de forma correta.Nós lhes ensinamos o alfabeto, os números, as cores. Mergulhamos com elas nos livros, auxiliando-as a descobrir as maravilhas do macro e do microcosmo. Somos os mais experientes porque já vivemos alguns anos a mais do que elas.

Contudo, existem lições de sabedoria que essas criaturinhas nos ensinam, todos os dias. Quando uma criança se machuca, não importa se é um pequeno ou grande machucado, ela logo chora e procura o colo da mãe. Chorando, ela informa que está doendo, que aquilo a está incomodando muito. Buscando o colo da mãe, ela deseja ser acarinhada, confortada, auxiliada.

Lição para o adulta: você não precisa suportar a dor sem chorar. E procure alguém em quem você confia para ajudá-lo. Pode ser um amor precioso, ou um amigo, um irmão. Enfim, alguém que lhe dê a mão.

Quando uma criança cai de um brinquedo e quebra o braço, nem por isso deixa de, ainda com o braço engessado, subir no mesmo brinquedo. Deseja provar que é capaz, que consegue, que vai vencer. Ensina, desta forma, que não se deve desistir porque o negócio não deu certo ou porque foi reprovado em teste de seleção em uma empresa. O importante é não se deixar abater e continuar a tentar, até conseguir.

Quando uma criança está com sono, ela se aconchega, fecha os olhinhos e dorme. Se o coelhinho perdeu uma orelha ou o carrinho quebrou, assim mesmo ela dorme. E no sono, se permite sonhar. Sonha com lugares lindos, bolas coloridas, muitos brinquedos, sorvete, brincadeiras e amigos.

Nova lição para o adulto: se seu corpo assinala que está na hora de dormir, atenda-o. Recolha-se ao leito e descanse. Depois, você recomeçará as tarefas, e muito melhor.

Não se permita a insônia por causa de coisas materiais. Se os índices da bolsa oscilaram, ou se sua conta não apresenta tantos dígitos, durma mesmo assim. Seu corpo precisa recuperar as energias pelo repouso. Depois, você retornará às lutas, ao trabalho, às melhores decisões.

Quando uma criança brinca, ela se permite entrar em seu mundo de faz-de-conta e mergulha por inteiro. Ela fantasia, fala com seus bichinhos e bonecos, cria histórias, sonha de olhos abertos. Ela é o homem que voa, o dono de uma grande fazenda cheia de animais, o astronauta a caminho do infinito. Não há limites para a sua imaginação. E isso a satisfaz, a faz feliz. Com isso, diz ao homem que ele nunca deve deixar de sonhar e de perseguir os seus sonhos. Que deve se concentrar em seus desejos e perseverar. Tudo é possível àquele que trabalha, prossegue, não desiste.

A criança é alguém que nos diz, todos os dias, que é bom viver, que o mundo é belo e que não há limites para a mente humana. Ela nos afirma, com seu jeito de ser, que podemos sonhar, sem perder a esperança; Que podemos sofrer reveses, sem cair no desânimo; Que podemos preservar a saúde, mesmo que adversidades nos envolvam. Enfim, ela nos ensina que a esperança deve brilhar sempre em nossos olhos. Isto porque depois deste dia, o sol despertará o amanhã e tudo terá o brilho do novo, do não conquistado, da alegria ainda não fruída. 
 
Fonte do texto: Site Momento, Jô.

Por Nathália Calazans Correia
Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O que é extensão?

Some professores acadêmicos, graduandos, escolas da rede pública do estado de Alagoas e centenas de crianças. Somou? Aposto que você ainda não entendeu, apesar da simplicidade da resposta. A solução da equação, nada mais é, do que uma unidade de valores, interligado pelo laço da benevolência, que, através do nó da extensão, origina o Programa Metamorfose Social bem atado na sua reta final.

Talvez extensão seja isso. Derrubar o muro superficial e puramente acadêmico que tínhamos e nos dedicar, de corpo e alma, na razão e emoção, no “ato ou feito de estender ou estender-se”, como bem definiu o dicionário Michaelis. Estender a universidade, juntando-se a comunidade numa troca de conhecimento, dando humanidade às teorias aprendidas na sala de aula que, se não forem vivenciadas, não passam de um conjunto de palavras e frases escritas.

É desse jeito que a equipe da Escola Elma Marques Curti entende o que extensão. Sempre nos reunimos, discutimos, trocamos ideias e compartilhamos experiências que enriquecem ainda mais a nossa inteira dedicação ao programa. Apesar das dificuldades, conseguimos realizar o nosso trabalho com maestria, e a recepção acalorada das crianças a cada visita realizada é o reconhecimento que nos motiva ainda mais. 

Por Salmom L. Monteiro
Escola Municipal Elma Marques Curti

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Experiência Ímpar

Quando nos dispusemos a participar do Programa Metamorfose Social não tínhamos a idéia exata do quão importante seria essa experiência em nossas vidas. Conhecíamos a proposta do novo projeto, mas não podíamos prever como esse contato com uma esfera diferente da nossa, iria nos modificar tanto. Saber que trabalharíamos com crianças de uma comunidade era instigante e desafiador, pois tínhamos a certeza de que entraríamos num terreno incerto para nós.

Havia a expectativa do primeiro encontro, ver o local para onde iríamos conhecer os alunos que fariam parte do programa, presenciar um pouco das dificuldades com as quais eles já estão acostumados. Encontramos um lugar que eles chamam de escola, o segundo lar deles, pois é onde passam a maior parte do dia. Junto dessa segunda casa encontramos também a precariedade, a carência de tudo e principalmente a vontade de ensinar e de aprender.

Podemos dizer que em meio as dificuldades (que não são exclusividade apenas a escola em estamos), encontramos pequenos tesouros. Chegamos de repente no território deles e fomos recebidos com sorrisos, abraços e muita curiosidade. As crianças são enérgicas, falantes, barulhentas, como toda criança deve ser em sua infância. Mas também são participativas, comunicativas, atenciosas, tudo da maneira delas. Elas vivem num lugar que não as favorece e mesmo assim, a nossos olhos, são encantadoras e não há como não chamá-las de “nossas crianças”.

Comunicação foi o que oferecemos às crianças, que nos corresponderam com participação ativa e muitos abraços na hora da saída. O que mostramos a elas é muito pouco do que sabemos, mas elas aproveitaram ricamente desse pouco que pudemos repassar. Mudar a rotina delas durante uma manhã é algo enriquecedor para elas e muito gratificante para nós. Gostamos de as ouvirelas perguntando quando voltaremos... é muito bom saber que aqueles seres pequeninos aguardam a nossa volta!

No fim do programa, restarão vídeos, programas de rádio, fotografias, relatórios e muitas lembranças. Em nós, restarão as histórias e a saudade de crianças que sabem apenas o nosso nome, mas que conseguiram nos propiciar uma experiência que, nos quatro anos de universidade, não seria possível. Ver a forma como elas nos recebem e se alegram com coisas tão simples, nos faz repensar nas pessoas que nos tornamos e percebemos que somos seres pequeninos perto delas. Também questionamos como será o futuro delas, que adultos elas se tornarão, vivendo no meio em que vivem? Qual será o futuro delas?

A única certeza que temos é a de que uma metamorfose aconteceu em nós...

Por Luana Marttina
Escola Estadual Francisco Mello