quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Experiência Ímpar

Quando nos dispusemos a participar do Programa Metamorfose Social não tínhamos a idéia exata do quão importante seria essa experiência em nossas vidas. Conhecíamos a proposta do novo projeto, mas não podíamos prever como esse contato com uma esfera diferente da nossa, iria nos modificar tanto. Saber que trabalharíamos com crianças de uma comunidade era instigante e desafiador, pois tínhamos a certeza de que entraríamos num terreno incerto para nós.

Havia a expectativa do primeiro encontro, ver o local para onde iríamos conhecer os alunos que fariam parte do programa, presenciar um pouco das dificuldades com as quais eles já estão acostumados. Encontramos um lugar que eles chamam de escola, o segundo lar deles, pois é onde passam a maior parte do dia. Junto dessa segunda casa encontramos também a precariedade, a carência de tudo e principalmente a vontade de ensinar e de aprender.

Podemos dizer que em meio as dificuldades (que não são exclusividade apenas a escola em estamos), encontramos pequenos tesouros. Chegamos de repente no território deles e fomos recebidos com sorrisos, abraços e muita curiosidade. As crianças são enérgicas, falantes, barulhentas, como toda criança deve ser em sua infância. Mas também são participativas, comunicativas, atenciosas, tudo da maneira delas. Elas vivem num lugar que não as favorece e mesmo assim, a nossos olhos, são encantadoras e não há como não chamá-las de “nossas crianças”.

Comunicação foi o que oferecemos às crianças, que nos corresponderam com participação ativa e muitos abraços na hora da saída. O que mostramos a elas é muito pouco do que sabemos, mas elas aproveitaram ricamente desse pouco que pudemos repassar. Mudar a rotina delas durante uma manhã é algo enriquecedor para elas e muito gratificante para nós. Gostamos de as ouvirelas perguntando quando voltaremos... é muito bom saber que aqueles seres pequeninos aguardam a nossa volta!

No fim do programa, restarão vídeos, programas de rádio, fotografias, relatórios e muitas lembranças. Em nós, restarão as histórias e a saudade de crianças que sabem apenas o nosso nome, mas que conseguiram nos propiciar uma experiência que, nos quatro anos de universidade, não seria possível. Ver a forma como elas nos recebem e se alegram com coisas tão simples, nos faz repensar nas pessoas que nos tornamos e percebemos que somos seres pequeninos perto delas. Também questionamos como será o futuro delas, que adultos elas se tornarão, vivendo no meio em que vivem? Qual será o futuro delas?

A única certeza que temos é a de que uma metamorfose aconteceu em nós...

Por Luana Marttina
Escola Estadual Francisco Mello

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