segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A criança ainda vive

A cada dia, esse projeto faz com que nós, alunos e antes disso, seres humanos, possamos vivenciar um pouco do que essas crianças vivem, um pouco dos seus sonhos, desejos e carências. Vimos a realidade muitas vezes difícil e vimos também que há esperança em cada rostinho daquele. A esperança de se tornar alguém quando grande e principalmente de ser alguém. Nesse projeto, que é uma “metamorfose social”, faz também um resgate do pessoal, onde doamos poucas de nossas horas, para também ser criança de novo e incentivadores de outras que querem crescer como a gente e ir em busca de um sonho.

Vamos sim, buscar sempre incentivá-los sem esquecer que a criança que há em nós, ainda vive! Porque apesar daquele olhar triste e vazio, ainda conseguimos sentir a pureza do sorriso dessas crianças.

Por Tereza Luana
Escola Municipal Selma Bandeira

O tempo passou...
E a criança que um dia fomos, ficou lá atrás.
Novas responsabilidades vieram fazer parte da nossa vida.
Conhecemos outras sensações.
A vida nos trouxe conquistas e perdas.
Muitos foram os aprendizados que chegaram ao nosso destino.
Outros sorrisos e lágrimas também.
A ingenuidade se perdeu em uma das curvas do caminho.
As bolas e as bonecas perderam o seu lugar de destaque.
As aventuras tornaram-se outras.
O mundo super fantástico se tornou o mundo dos adultos.
A fantasia pouco a pouco foi sendo substituída pela responsabilidade.
As coleções de figurinhas e bolinhas de gude também foram esquecidas.
Sim, o tempo passou.....
Mas as lembranças daquele tempo tão belo, ah, essas não se apagam, continuam vivas e eternas dentro do nosso íntimo.
E a qualquer momento, podemos relembrá-las, basta apenas abrir as portas do nosso íntimo.
E redescobrir a criança que um dia fomos....
Criança que tinha medo do escuro, mas que pouco a pouco, percebeu que nenhuma escuridão nos fará mal, se mantivermos nossa confiança.
Criança que talvez tivesse tanta dificuldade para aprender a amarrar o cadarço do sapato, mas com perseverança, não desistiu e um dia conseguiu.
Criança que caiu muitas vezes, chorou, teve cicatrizes, mas nunca ficou eternamente no chão, logo, logo, levantava e ia buscar outros horizontes.
Criança que curiosa, nunca se cansava de querer descobrir o mundo, pois acreditava em seu potencial.
Criança que se assustava com as expressões matemáticas, mas ao invés do desânimo, se aliava à determinação, descruzava os braços e encontrava um meio de vencer o desafio.
Criança que brigava com os coleguinhas, mas jamais guardava a mágoa por muito tempo e depressa, fazia as pazes e saia a brincar.
Criança que chorava diante das derrotas, mas não pensava em abandonar e depois do choro, voltava a gargalhar e a buscar por outras vitórias.
Criança que temia muitas coisas, mas em nenhum momento, permitiu que esse medo lhe paralisasse os passos.
Criança que tinha pavor de trovão, mas depois, aprendeu que nenhuma tempestade por pior que seja, é eterna e assim continuou a acreditar que o sol sempre voltaria.
Criança que ficou de castigo, se revoltou, mas com o tempo, compreendeu que os aprendizados são necessários e foi amadurecendo.
Criança que soltava pipa e compreendia que não tinha asas para voar, mas que isso não a impediria de conhecer novos horizontes.
Criança que se machucou nas pedras, mas não largou as brincadeiras.
Uma criança que acreditava em seus talentos e se via como um super herói.
Criança que enfrentou doenças, mas não perdeu o seu sorriso.
Criança que teve inúmeras dificuldades, mas jamais deixou que a esperança se apagasse.
Criança que conheceu o sofrimento, mas teve a ousadia de encará-lo e enfrentá-lo.
Criança que presenciou a discórdia, mas que diante de um simples gesto de carinho, retribuía com amor.
Sim, uma criança que muito viveu.
Uma criança que cresceu...
E uma nova vida surgiu...
E agora fica a pergunta:
"Onde está a criança que um dia fomos? A coragem, a audácia, a confiança, a fé, a alegria, o amor e perseverança foram parar aonde?"
Meus queridos, a criança que um dia fomos, encontra-se dentro de nós, adormecida, porém com a mesma força de outrora.
Com a mesma garra para enfrentar as adversidades, sejam elas quais forem.
Com a mesma alegria, para caminhar e contemplar a beleza da vida.
Despertemos essa criança que há dentro de nós, voltemos a acreditar em nosso potencial e principalmente a acreditar que podemos sim, reescrever a nossa história.
Não interessa o que já cometemos, os deslizes vividos e desatinos praticados, mas sim, a real vontade de trilhar um novo rumo.
Façamos como aquela criança que não cruzava os braços e corria, pulava e gritava, enfim, vivamos intensamente, abraçando a renovação e seguindo o caminho, cada vez mais confiantes.
Confiantes, porque assim triunfaremos.
Nos momentos de tristeza, lembremos da força que aquela criança sempre trazia consigo e iremos nos fortalecer para vencer as provas apresentadas.
Nos momentos de desespero, recordemos da criança que sempre aparecia com uma novidade, que se aliava à imaginação e coloria o mundo e com isso, não nos sintamos vencidos pelas tormentas, tenhamos fé e optemos sempre pela vida, porque ela sempre se renova.
Despertemos a criança que está e sempre estará dentro de nós.
Vivemos num mundo de adultos, mas não deixemos que a coragem, a doçura e a fantasia que um dia estiveram conosco, se percam em nosso dia a dia.
Caminhemos com a doce alegria tão comum aquela criança que não deixava de sorrir e jamais se sentia derrotada.
Busquemos os bons sentimentos vividos no passado e com eles, descubramos que ainda temos muito mais a viver e abramos as nossas janelas, para que a luz adentre.
Busquemos também, a criança de ontem, para que ela possa voltar a colorir nosso mundo e compreendamos que nessa existência ainda há muito a ser realizado.
Acreditemos, porque a criança ainda vive e sempre viverá dentro de nós.
E com a sua força, tenhamos o comprometimento diante da vida.
Porque a vida espera por nós.
Tenhamos fé, fé em nosso potencial e no Pai que não nos desampara.

Por Sônia Carvalho

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