terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Educomunicação na Escola

Eu escolhi um texto que explica bem uma linha de estudo na área da Comunicação que tem tudo a ver com o que nós do Programa Metamorfose Social estamos vivendo. Podemos comparar o texto com a teoria e o Programa com a prática.

Espero que gostem queridos leitores!

Com a presença cada vez maior dos meios de comunicação social de massa nas nossas casas, foi possível compreender que a formação das pessoas não é mais uma tarefa exclusiva da família e da escola, tampouco de pais e professores.

O rádio e a televisão, em especial, influenciam muito na maneira que pensamos, sentimos e nos comportamos. Podemos afirmar até que esses dois meios de comunicação funcionam como uma espécie de escola paralela, porque ensinam, o tempo todo, para toda população, as coisas que precisamos querer comprar, o que devemos considerar bonito ou feio, o sotaque que devemos adotar, a quem devemos admirar ou rejeitar, as opiniões que convém termos sobre este ou aquele assunto.

Ou seja: a Comunicação tem uma relação muito forte e direta com a Educação. As relações entre essas duas ciências vêm sendo chamadas de Educomunicação, um campo novo do conhecimento, bastante singular.

A escola é um dos tantos espaços em que a Educomunicação pode acontecer. Os professores podem, por exemplo, promover atividades de leitura crítica que tenham como objetivo esclarecer como os meios de comunicação distorcem os fatos, para atender aos interesses de alguns grupos. Pode também oferecer condições para que, além de aprender a ler textos midiáticos, os alunos aprendam a produzir suas próprias mensagens.

Como entender o que é educomunicação, a partir dessas possibilidades? Vejamos: quando propomos que os alunos produzam comunicação na escola, estamos oferecendo oportunidade para que eles aprendam a expressar com maior desenvoltura o que pensam e sentem sobre temas de seu real interesse. Para conseguir dar conta dessa tarefa, eles terão que aprender a dominar timidez, confiar em si mesmo, usar as palavras de forma competente, além de passar a escutar com mais atenção o que eles e seus companheiros dizem.

Além disso, para conseguirem se comunicar com o público, não basta falar bem. O êxito da comunicação muito dependerá da qualidade técnica do trabalho. Para isso, os estudantes terão que aprender a usar adequadamente mesa de som, microfones, gravadores, computadores, câmeras de vídeo e fotografia, entre outros equipamentos.

Quando Educação e Comunicação se cruzam, assim, desse jeito, estamos realizando o que propõe a Educomunicação. Estamos formando os mais jovens para usar a comunicação como uma ferramenta poderosa para transformar sonhos em realidade, para contribuir para que cresçam altivos, autônomos e com capacidade de transformação, intervindo diretamente na realidade em que vivem.


Por Itamara de Almeida
Escola Estadual Francisco Mello

É bom ser criança!


É bom ser criança,
Ter de todos atenção.
Da mamãe carinho,
Do papai a proteção.
É tão bom se divertir
E não ter que trabalhar.
Só comer, crescer, dormir, brincar.
É bom ser criança,

Isso às vezes nos convém.
Nós temos direitos
Que gente grande não tem.
Só brincar, brincar, brincar,
Sem pensar no boletim.
Bem que isso podia nunca mais ter fim.

É bom ser criança

E não ter que se preocupar
Com a conta no banco
Nem com filhos pra criar.
É tão bom não ter que ter
Prestações pra se pagar.
Só comer, crescer, dormir, brincar.

É bom ser criança,

Ter amigos de montão.
Fazer cross saltando,
Tirando as rodas do chão.
Soltar pipas lá no céu,
Deslizar sobre patins.
Bem que isso podia nunca mais ter fim.

Toquinho

Por Viviane Araújo
Escola Municipal Selma Bandeira

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Obrigada...

Nossa! Como passou rápido... Já estamos na etapa final da realização do nosso projeto. Ou será que não? Será mesmo que é o final? Gosto de pensar que não, talvez esse seja só o começo. O começo de uma futura vida profissional, carregando na bagagem algumas pequenas e doces experiências. Isso sim justifica a extensão, não necessariamente uma experiência acadêmica, mas a oportunidade de experimentar... compartilhar... conhecer pessoas que marcam nossas vidas, ah, as marcas! Essas sim são as que com certeza ficam.

É... eu sei, essa conversa tá meio sentimental, mas é que até mesmo a extensão tem seu lado emocional. Não quero aqui fazer parecer uma despedida, como já disse esse é só o começo, mas é nesse clima que gostaria de agradecer a algumas pessoas especiais que estão sendo parte fundamental desse processo: Deriky Pereira, Elaine Gonzaga, Keren Fonseca e Nathália Calazans. Pois é, os membros (mais pacientes e dedicados, impossível) da equipe Frei Damião. Agradeço pelo belo trabalho que está sendo realizado, superando juntos os obstáculos, as distâncias e tudo o mais que poderia pôr em risco a concretização dos nossos objetivos.

Descobrir, se surpreender e construir juntos, não só parte de um projeto, mas também uma bela amizade que vou carregar sempre comigo. Tias e tio de pessoinhas que a cada semana nos ensinam algo especial. É mais do que um prazer, é contagiante trabalhar com vocês.

Por Pollyana Chicuta
Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Reta final

Estamos já em nossa terceira etapa do Programa Metamorfose Social, etapa esta onde as crianças irão gravar programas de rádio, documentários. Uma escola trabalha stop motion, outra analisa o cotidiano das crianças ou a vida deles diante da escola. Cada equipe que compõe o programa dá o melhor de si para que as crianças terminem o esse período tendo algo positivo em suas vidas, temos a esperança que sermos o detalhe na vida de cada um para que desejem um futuro melhor.

Em cada visita que fazemos nós percebemos a empolgação de cada um perante um assunto que não conhecem, uma explicação que temos que dar duas ou três vezes para que eles compreendam, é algo muito interessante, em cada visita acontece algo diferente, eles aprendem coisas novas, se sentem mais curiosos, sentem sede de conhecimento, e talvez a transformação aconteça sem nem mesmo percebermos.

O tempo passa muito rápido, parece que foi ontem que estávamos procurando uma escola para podermos trabalhar, hoje olhamos para traz e já vemos a quantidade de visitas que fizemos a Elma Marques Curti, as amizades que já conquistamos a sementinha de conhecimento que plantamos em cada criança, o tempo passa é claro e o fato é que daqui a um pouco já teremos que nos despedir. A nossa equipe junto com as crianças e a professora fizemos uma visita a UFAL na semana passada, já estamos quase no dia de gravarmos o programa de rádio, depois já daremos continuidade ao estudo sobre documentário e assim por diante.

Daqui a algum tempo não teremos mais crianças com as quais trabalhar, não teremos que ir mais ao Bio, não teremos mais mini pessoinhas para nos perguntar o que é isto e o que é aquilo. A verdade é que em mim já bate uma saudade, pois o programa metamorfose social nos levou a um novo mundo, onde temos não só que aprender, mas também temos que nos preocupar com o que ensinar.

Por Mônica Santos
Escola Municipal Elma Marques Curti

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nossos futuros substitutos

Na primeira oportunidade que tivemos, levamos alguns de nossos pequenos à universidade. Uma simples visita, pois, já que nós fomos tantas vezes à escola deles, nada mais justo do que retribuir a ação. Foi então que os alunos de nosso projeto conheceram nosso lugar de origem.

Pudemos reconhecer em seus olhos a descoberta do novo. Observavam tudo atentamente, prestavam atenção por onde passavam, olhavam muito e não falavam nada. Tímidos e curiosos. Tentamos falar da melhor forma possível sobre o que vivemos na universidade, para crianças cuja preocupação são os problemas da matemática!

Um pouco da técnica do rádio e da televisão foi o que oferecemos a ele... e pudemos ver na euforia deles, a diversão que só criança sabe sentir de verdade. A timidez logo deu lugar à liberdade e, sem perceber, as crianças estavam envolvidas com o som, a imagem e a comunicação.

Diversão foi a ordem do dia, dividida entre o rádio e a TV. Pudemos apresentar às crianças, um curso de Comunicação Social por um ângulo muito mais atrativo. E eles gostaram muito do que viram, se divertindo com pequenas coisas, que talvez os estudantes do curso nunca tenham notado.

A surpresa do dia surgiu na hora de ir embora, ao ouvir daqueles seres pequenos: “Não quero ir embora, quero ficar aqui mais tempo”. E pensar que várias vezes quisemos nem estar nesse lugar que encantou aqueles meninos e meninas. Ao constatar que eles gostaram de conhecer a universidade e que desejavam uma visita mais longa, me dei conta que, no futuro, eles nos substituirão. Daqui a alguns anos nós estaremos bem longe da universidade e eles estarão lá, nos nossos lugares.

Espero que eles cultivem esse desejo de ser parte de nossa universidade. E ficaríamos muito contentes, em saber que os alunos envolvidos no nosso projeto (alunos vindos de uma realidade carente de tudo), chegarão lá, e que mesmo de forma modestas, nós contribuímos para isso. A metamorfose social acontecerá...mas no momento exato.

Por Luana Marttina
Escola Estadual Francisco Mello

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O sorriso de uma criança



O sorriso de uma criança revela afeto e grande calor humano!
É encanto!
Fantasia! Luz que vai se espalhando por
Todos os cantos transmitindo muita energia e bons fluidos!
O sorriso de uma criança é esperança de dias melhores,
de problemas resolvidos.
O sorriso de uma criança conquista países e atravessa fronteiras!
Une os povos!
Faz a humanidade ser mais caridosa!
O sorriso de uma criança é semblante de serenidade!
É noite de lua prateada clareando o caminho e realizando
Sonhos!
O sorriso de uma criança é como a varinha mágica
que transforma tudo que toca em riqueza e grande beleza!
É sino que badala! Prata que brilha!
Eterna melodia que faz sinfonia dentro de cada sensível coração!
O sorriso de uma criança é felicidade pra toda a vida e
Principalmente esperança de um mundo melhor!

De Antonio Marcos Pires - Rio de Janeiro


Por Viviane Araújo
Escola Municipal Selma Bandeira

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Hoje fizemos mais uma visita a escola Frei Damião. Ao chegar lá recebemos a notícia, de uma das alunas que estavam na porta, de que a professora havia faltado, logo, nenhum dos alunos de sua turma se encontravam na escola. Não fiquei surpresa, o fato já ocorrera outras vezes, mas a decepção foi inevitável. Nos olhamos, eu e o outro membro da equipe, sem sequer uma palavra houve uma longa conversa e a conclusão foi: mais um dia perdido...

Entramos para falar com a coordenadora pedagógica, sem muita expectativa, ela nos recebeu muito bem, nos sentamos e explicamos o que havia acontecido e da nossa decepção, porque esse fato iria atrasar todo o nosso cronograma. Ela nos ouviu com atenção. Algumas farpas atiradas na direção da professora, que já havia feito isso outras vezes foram inevitáveis, e em meio as nossas ponderações, desabafos, a conversa tomou outro rumo:

“Ela era uma de nossas alunas”

Fiquei surpresa, na verdade foi um misto de sentimentos: surpresa, agonia, remorso. A moça que há pouco tempo havia sido morta da maneira mais cruel e brutal, que teve seus braços e cabeça decepados, era uma aluna da Frei Damião. Não pude evitar lembrar as imagens que me foram mostradas de seu corpo e uma sensação indescritível tomou conta de mim...

Pensei nela como um dos nossos, no início do programa cogitamos a idéia de trabalhar com os jovens do EJA. Pensei e se tivéssemos mesmo escolhido alunos do EJA para o programa? E se ela fosse uma das selecionadas? E se eu tivesse construído um laço tão forte com ela, como o que construí com os pequeninos? Se tivesse conversado com ela, se ela tivesse me contado sobre seus filhos pequenos? Se tivesse me contado como era a vida na Frei Damião? Se tivesse me falado que estava cansada de ver tantas crianças sendo arrastadas para as drogas e que como não queria ver seus meninos nessa situação tinha resolvido tomar uma atitude, denunciar o que estava acontecendo? Qual teria sido aminha reação? A teria aconselhado a ir adiante ou recuar?

Eu sei que são muitas suposições, mas reconheçamos que nenhuma delas eram impossíveis. Admirei tanto aquela mulher, sua coragem. Por denunciar um esquema de drogas que acontecia na parte exterior da escola. Por velar, se preocupar e proteger seus filhos, ela foi punida. Para mim, e não importa o que digam os pasquins de plantão, ela foi uma mártir, para os que não sabem o significado, são aqueles que não se preocupam com a própria vida com tanto que não renunciem sua fé e suas crenças. Tenho certeza que a fé dela estava em seus filhos.

Senti vergonha de ficar decepcionada e com raiva de algo tão efêmero, havendo tanta gente que tem que conviver com histórias como essa todo o santo dia. Termino meu desabafo com uma frase que uma das crianças da minha equipe soltou em meio a uma conversa, que expressa o descontentamento e a falta de perspectiva: Aqui é assim tia, quem faz a lei são eles, os bandidos.



Por Keren Lima
Escola Municipal Frei Damião

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A felicidade de um sorriso!

Já estamos quase no fim de novembro e um longo caminho foi percorrido até aqui. Muitas experiências vividas, muitas atividades desenvolvidas e já estamos sofrendo com o momento da despedida.

Estamos desde agosto realizando visitas regulares à Escola Elma Marque Curti, porém ontem nós é que fomos visitados. Nossas crianças (pois é, elas já são nossas!) vieram até o COS/UFAL conhecer nossa rádio, que com todas as dificuldades já é como um mundo novo para elas. Nós desenvolvemos atividades de gravação de voz, e como as vozes daquelas crianças são lindas! Cada um do seu jeitinho, lendo o texto que escolheu ler, da forma como quis, muito fácil, com naturalidade... Outros superando a timidez, mas todos com dedicação e vontade. Isso foi o mais bonito de ver, todos eles, a seu modo, se esforçaram, deram o melhor de si, capricharam... Superaram as dificuldades de leitura, o nervosismo, a timidez e arrasaram! Depois dos exercícios de gravação foi a hora do lanche, a hora mais feliz! Tão lindos, comportadinhos, cada um no seu canto... Aí foi nossa vez de preparar mais uma surpresa.

Enquanto eles estavam ali comendo nós exibimos as imagens da nossa primeira visita à escola. E que emoção foi! Pra eles e pra nós! Enxergarmos-nos, perceber como mudamos, como já estamos mais entrosados... Foi feliz! Deu orgulho! Mostrou o valor de todo o esforço, de todo o cansaço... De toda a doação que qualquer projeto de extensão exige de nós!

O melhor foi perceber que não éramos apenas nós que estamos felizes com o que está sendo realizado. Eles também estão! Não só as crianças, mas a querida professora Amélia (*-*) que tanto nos ajuda! Vimos que a felicidade era geral! Vimos que o nome deste projeto não é METAMORFOSE à toa. A felicidade de cada sorriso ontem nos provou isto!!!

Por Déborah Moraes
Escola Municipal Elma Marques Curti

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dizes que sou o futuro, Não me desampares no presente. Dizes que sou a esperança da paz, Não me induzas à guerra. Dizes que sou a promessa do bem, Não me confies ao mal.

Dizes que sou a luz dos teus olhos, Não me abandones ás trevas. Não espero somente o teu pão, Dá-me luz e entendimento.

Não desejo tão só a festa do teu carinho, Suplico-te amor com que me eduques. Não te rogo apenas brinquedos, Peço-te bons exemplos e boas palavras. Não sou simples ornamento de teu carinho,

Sou alguém que te bate à porta em nome de Deus. Ensina-me o trabalho e a humildade, o devotamento e o perdão. Compadece-te de mim e orienta-me para o que seja bom e justo. Corrija-me enquanto é tempo, ainda que eu sofra… Ajude-me hoje para que amanhã eu não te faça chorar.

( Meimei )

Por Bruna Albuquerque
Escola Estadual Francisco de Mello

AQUARELA


Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...

Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...

Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...

Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Brando navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...

Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...

Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...

Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...

De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...

Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...

E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...

Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)


Composição: Toquinho e Vinicius de Moraes


Por Viviane Araújo

Selma Bandeira